domingo, 1 de janeiro de 2012

Macau, Hong Kong e Nanning

Após filas intermináveis e depois de mostrar os passaportes repetidas vezes chegamos a Macau. Rápidamente os nomes das ruas em Português nos transportam para um ambiente mais familiar. Sabe bem "voltar a casa".


Vestígios dos Portugueses em Macau! Carrega Benfica!:)

Trocamos Yuans por Patacas e vamos dar uma volta pelo centro, junto à praça do Senado e às ruinas de São Paulo.

Travessa da Paixão

Mais tarde falamos com a nossa amiga Raquel que nos prometeu teto durante a nossa estadia aqui. Com direito a lanche, jantar, (o melhor rancho que alguma vez comemos cozinhado pelo Kiko, namorado da Raquel), e muitas outras coisas, podemos dizer que tivemos a melhor recepção possível e imaginária. Para adocicar ainda mais a visita vamos ao Margaret's café e nata, onde se comem os melhores pasteis de nata de Macau. Apesar de não serem tão bons como os de Belém, dá para perceber as filas de turistas à porta.


Mesmo com 18.000 habitantes por Km quadrado ( a zona mais densamente povoada do Mundo), o trânsito em Macau é muito mais organizado que na China continental, as pessoas mais respeitadoras (aqui já não cospem para o chão a torto e a direito) e as ruas são bem mais limpas.
Durante dois dias conhecemos o centro de Macau. A calçada Portuguesa ajuda-nos a matar saudades de casa. Dos poucos ocidentais que se vê,muitos são Portugueses.



No segundo dia vamos a Taipa. Ilha pertencente a Macau onde se encontram os mais recentes casinos. Como sabem, na República Popular da China, o "jogo" é proíbido, mas Macau é uma região com uma administração autónoma em muitos campos, pelo menos até 2049. Portanto aqui o jogo é permitido e é um assunto muito sério. Há vários relatos de pessoas com problemas de jogo, com grandes dividas e até de "misteriosos" desparecimentos de algumas pessoas que deviam dinheiro a agiotas. Aqui o jogo cresce de ano para ano, e desde 2005 que ultrapassou Las Vegas como a cidade onde e movimentado mais dinheiro neste campo. Para terem uma ideia da dimensão do dinheiro aqui envolvido, as receitas que o governo macaense espera este ano sao equivalentes ao empréstimo do FMI a Portugal ( perto de 26 mil milhoes de Euros ). Bem, mas nao pensemos mais nisso...

O primeiro casino a visitar é o "Venetian", o maior casino do Mundo, que é uma mini-Veneza, com direito a espetáculos, lojas, artistas de circo , e até gondolas! Lá dentro, na zona do jogo é a loucura! Jogadores, maioritariamente chineses, vidrados nas fichas, nos dados e nas cartas jogam como se não houvesse amanhã e tentam combater a famosa regra de "a casa ganha sempre". Não nos deixam tirar fotos... Levados pela onda do jogo decidimos arriscar a nossa sorte. Em 5 minutos perdemos 20 Eur, mais valia estarmos quietos.



Depois do Venetian, seguimos para o City of dreams, outro casino também impressionante. Aqui não tentamos a nossa sorte. O dinheiro faz nos falta para os pasteís de nata da Margaret.

Ao cair da noite apanhamos um autocarro de volta a casa. Passamos a caminho do apartamento pelo famoso Casino Lisboa.


Colocamos os emails em dia e recuperamos forças para o dia seguinte, Hong Kong.

Hong Kong

Madrugamos, apanhamos o autocarro 3A perto de casa e vamos apanhar o ferry para Hong Kong. Devido ao período festivo qualquer alojamento em Hong Kong está caríssimo, como tal decidimos que voltaríamos ao final da noite para Macau, onde temos a confortável casa da Raquel e do Kiko. 45 minutos depois chegamos à Ex-colónia Inglesa.




Combinamos com a Winnie (amiga que conhecemos em Xangai) às 11H00 junto ao terminal do ferry, e à hora marcada lá estava ela com uma amiga, a Jennifer. São as duas nascidas e criadas em Hong Kong, o que facilita a visita. Ao sairmos para a rua damos com arranha céus que fazem inveja a Nova Yorque. O trânsito, apesar de intenso, mais uma vez é organizado. Continua a não ser a China que conhecemos até aqui.


Vamos dar uma volta pela zona antiga. Ai, deparamo-nos com lojas cheias de roupa, quadros, lingotes de ouro, dinheiro, tudo o que se possa imaginar, em papel. Pela nossa cara de confusão a Winnie percebe que não fazemos ideia para que serve tudo aquilo e então explica nos que é um costume Chinês ( e pelos vistos tambem Vietnamita), em que as pessoas acreditam que ao queimar esses objectos os seus entes queridos já falecidos recebem-nos no céu. O engraçado disto é a mistura do costume antigo com o mundo moderno. Vimos desde malas Gucci a iphones de papel.


Depois de um optimo almoco de Dim Sum (comida tipica de Hong Kong ) despedimo-nos da Jennifer e da Winnie e apanhamos um autocarro para subir ao "Peak" onde conseguimos uma vista espectacular do cair da noite sobre a cidade.




Já com algum frio apanhamos o mesmo autocarro para descer à cidade. O condutor era "tão bom" e conduzia "tão devagar" que durante os 45 minutos de viagem 3 pessoas vomitaram. É de doidos!

Fomos dar uma volta por Kowloon, na zona peninsular de Hong Kong. Apinhado de gente (na noite de Natal que mais parecia a passagem do ano!), passeamos um pouco pelo Victoria Harbour, pelo passeio das estrelas e depois andamos até ao terminal.



Uma viagem que normalmente nos levaria 15 min levou 1h30. Iamos perdendo o ferry de volta para Macau que por sinal era o ultimo. E assim passamos a nossa consoada, num ferry, cheio de chineses, a descansar e a pensar nas famílias que 8 horas mais tarde iriam estar a jantar e a trocar prendas em casa. Um Natal diferente!

No dia de Natal acordamos em Macau, fomos tirar umas fotografias de passe para o visto Vietnamita e atravessamos a fronteira a pé para Zhuhai. De volta à China propriamente dita,reencontramos os nossos "amigos" que insistem em inundar o chão com saliva. Ao fim da tarde apanhamos um autocarro que nos levou 12 horas para chegar a Nanning, cidade mais a Oeste, mais perto da fronteira do Vietname.

Nanning

Continua a não ser fácil dormir num autocarro com um chinês ao volante a buzinar constantemente. Acordamos ainda de madrugada em Nanning e apanhamos um táxi que nos deixa no Hostel às 7h00 da manhã. Um banho e uma muda de roupa mais tarde saimos a rua para ver o que Nanning tem para oferecer. Planeamos passar 3 dias aqui para podermos tratar dos nossos vistos para o Vietname. Bom para dar descanso ao corpo!



Em Nanning não vemos praticamente ocidentais. Não é propriamente um destino turistico, mas os mercados de rua dão-lhe um toque tradicional. É disto que nós gostamos. Nestes mercados vê-se de tudo, come-se de tudo, mesmo tudo! ( o elemento feminino da equipa não quis colocar as fotografias dos cães no blog. Realmente são um pouco chocantes).

No 3º dia o nosso amigo Jan chega a Nanning. Vamos jantar ao mercado noturno. Vamos colocar fotografias que descrevem melhor que as palavras.

Não é carne nem peixe! Mas gostámos!



Na manhã do dia seguinte, já com os nossos vistos prontos arrancamos de autocarro para Hanoi, capital vietnamita. 9 horas depois, com muitas paragens pelo meio para mostrar os passaportes, chegamos ao nosso destino. Atrasamos 1 hora os nossos relogios e saimos do autocarro, agarramos num mapa e 20 minutos e 30 tentativas de atropelamento depois chegamos ao Hanoi Backpackers Hostel on Ma May. Pelo caminho apercebemo-nos que fomos extremamente injustos nos nossos relatos do trânsito Chinês. Em Hanoi é 10 vezes pior. Atravessar a estrada requer uma técnica e uma coragem que demora anos a desenvolver. O que vale é que aprendemos rápido...
Resumidamente: Vale tudo menos fazer movimentos muito bruscos, o resto é com eles, eles desviam-se! Assim esperamos nós...

Entretanto aproxima-se 2012. Por aqui vamos passa-lo 7hs mais cedo que vocês. Se o Mundo acabar, como especulam alguns, nós avisamo-vos, não se preocupem.

Boas saidas e ainda melhores entradas em 2012 !!!!

2 comentários:

  1. Não estranhem não haver comentários do JP... o rapaz agora deu em estudioso e responsável...tem exames em Janeiro!
    Eu sou fã do texto e das fotos... acho maravilhosa a ideia das prendas de papel...assim como assim, tudo o que é material se esfuma...Já estive na pagina do facebook do hostel de Hanoi...grande farra:)
    beijinhos

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  2. Desde o inicio que "viajamos" convosco e sentimos a vossa felicidade que é contagiante.Um feliz ano dos tios e dos primos.

    beijinhos

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