segunda-feira, 23 de abril de 2012

Indonésia

Chegados a capital da Indonésia somos logo recebidos no aeroporto de braços abertos pelo nosso amigo Pedro Almeida que já aqui vive há 2 anos. Á porta do aeroporto estão dezenas de taxistas, que anseiam por turistas pouco informados, que estejam dispostos a pagar uns milhões de rupias Indonésias por qualquer viagem. Mas, sorte nossa, azar deles, nós "temos um Pedro" e não temos medo de o usar.

O Pedro já tem um há vontade tão grande que até discute preços na língua local. Por 100.000 Rupias ( calma, são só 8 Eur), viajamos de táxi para Sumarecon, a 1 hora a Oeste do centro da cidade. Entramos no condomínio, passamos pelo jardim e pela piscina e rapidamente percebemos que vamos ser bem tratados nos próximos dias. O Pedro divide uma "Sra casa" com o Machado e com o Felipe. Todos eles são pilotos da Lion Air, companhia de aviação Indonésia. Além deles, ainda mais uns poucos aviadores Portugueses vivem por estes lados e compõem assim uma pequena, mas muito bem disposta comunidade Portuguesa em Jakarta. Logo ao almoço, juntamo-nos cerca de dez Portugueses à volta de uma mesa e logo matamos saudades da língua de Camões. O ambiente que se vive por estes lados é espectacular. Não sabemos se é do Sol, se é da comida... mas por estes lados só vale conversa positiva, cerveja e historias para contar.

Nessa mesma noite o Pedro e o Afonso (um dos pilotos da Lion Air, com quem descobrimos ter amigos em comum EM MACAU!!), levam-nos ao condomínio onde o Afonso vive e onde temos a oportunidade de treinar para o caso de um dia nos cruzarmos com o Tiger Woods. O golfe é daqueles desportos que parece bem mais fácil na TV do que e na realidade. O Pedro já domina bem as tacadas. O Afonso já está pronto para o embate com o Sr Tiger W. Agora nós...  ainda precisamos de mais 3 meses em Jakarta para começar a acertar na bola como deve ser. É que a bola é demasiado pequena...


O Swing perfeito! Ou então não...

Passamos em Jakarta 3 dias, a recuperar forças. O Pedro e os nossos novos amigos tratam-nos tão bem que nos apetece ficar... Mas não pode ser, o relógio está a contar e ainda há muito para ver e percorrer.  Além disso, o nosso amigo Davi vem de Londres para nos ver. O Davi é um grande amigo de longa data que não resistiu ao desafio de nos acompanhar numa fase da nossa Volta ao Mundo. Foi nosso companheiro de escola, vive no Pais da Rainha Isabel, e já nos acompanhou em muitas aventuras. Desta vez, a aventura trouxe-o a Indonésia.

A partir deste ponto é o Davi quem vai narrar os acontecimentos. Vão gostar . Enjoy :) !!


Finalmente!!!
Finalmente chegou o dia de honrar a promessa feita na última vez que estive em Portugal. “Então já sabes, nós mandamos-te o plano da viagem e é só escolheres o país!!” afirmaram os ainda mochileiros wannabe.

Difícil teria sido dizer NÃO a tão honroso convite, a resposta foi imediatamente afirmativa.

Para quem não me conhece, respondo pelo nome de David, Dávi, Dávizinho, Davidolas (sendo que o 1º normalmente só é usado por quem está amuado comigo) e encontro-me de momento exilado em Londres. E foi daqui que segui até Jakarta ao encontro do Andrézito e da Ritolas.

À minha espera por terras indonésias tinha estes dois cidadãos do mundo que passaram completamente despercebidos no meio dos locais de 1m50cm. Não os vi e caminhei na direcção oposta. Logo ouvi vozes de quem corria atrás de mim por entre a multidão “onde é que vais pah?!”. E pronto deu-se início à parvoíce, fui gozado nos 20min seguintes.


Traçamos logo o plano, já que estávamos no aeroporto, comprar voos para Bali no dia seguinte.
Logo nos apercebemos que como em tantos outros países asiáticos, o CR7 é a estrela da companhia quando nos identificamos como portugueses, os temas debatidos com os locais começavam sempre pelo Cris.

Bilhetes comprados, seguimos para o Grand Indonesia Mall, para jantarmos com uma antiga colega de trabalho dos meus tempos da Disney, Andria. Fomos apresentados ao marido e à filha de 3 meses que também fizeram questão de estarem presente e dar dicas para a nossa viajem. 


De barriga cheia e despedidas feitas, rumámos à casa dos portugueses (Pedro, Machado e Filipe) todos eles pilotos de aviação da Lion Air. Deu para perceber que com um bom trabalho a vida em Jakarta pode ser bastante confortável.

Voámos então para Bali com a companhia acima mencionada. A Rita para partilhar o nervosismo fez questão de informar que esta mesma companhia está na lista negra da aviação. Não resultou, adormecemos antes de ela acabar de falar.

Chegados a Ngurah Rai Airport, Bali, pelas 19h, rumámos a Kuta, outrora uma vila de pescadores, foi uma das primeiras em Bali a um sofrer um substancial desenvolvimento turístico. Também conhecida por razões menos boas, dois atentados terroristas em 2001 e 2005. Não tememos em qualquer momento pela nossa segurança. 

Após saltarmos de hotel em hotel em busca de um bom "deal", o escolhido foi o Hotel Anemone, situado num beco escuro. Não podíamos ter escolhido melhor!! Lá conseguimos um preço bastante bom e entre uma piada e outra, uma cama extra paga em forma de miminhos à dona e recepcionistas. 

Nos dois dias seguintes limitámo-nos a explorar a praia durante o dia, durante a noite foi a vez do comércio e dos bares.


Heaven's Door...




Davidolas a auto-fotografar-se



Entre boas conversas, boa cerveja, boas praias, bons por do sol, e o Benfica a perder com o Chelsea, dois dias passaram, e o plano era agora Gilli Islands, 3 ilhas situadas a cerca de 45min da costa oeste da ilha de Lombok.


A caminho das Gilli

Iniciámos viagem, e logo começamos a desconfiar que esta iria demorar um pouco mais que as 4hs prometidas. De Kuta fomos de carrinha até Padang Bai (2hs), aqui apanhámos um ferry (4hs) que em qualquer outra parte do mundo estaria proibido de navegar hà mais de 20 anos. Chegados a Lombok fomos “enfiados” noutra carrinha para mais 3hs de viagem até Bangsal onde finalmente apanhámos o barco até à última e maior das Gilli (1h). Assim sendo entre viagens e paragens, demoramos apenas 12hs a chegar ao destino “não faz mal, estamos de férias” e orgulhosos de não nos deixarmos tentar pelas inúmeras ofertas para comprar bilhetes para o Fast Boat, “somos rijos” e “comigo ninguém faz farinha” foram apenas algumas das muitas expressões utilizadas!

Já na Gilli Trawangan, deparamo-nos com um paraíso sem veículos motorizados mas ainda assim com alguma confusão de cavalos e carroças num constante vaivém. Tentamos não andar no meio do caminho de terra batida misturada com areia. Pensámos em ficar 2 noites, ficámos 3. Realmente, as praias de areia branca e água clara, a comida, o por do sol, o céu estrelado (como há muitos anos não via) e o clima relaxante de no-stress só nos deixou a desejar que pudéssemos ficar mais uns dias.





A famosa cerveja Indonésia


Durante o treino com o Mr Miyagi!

Vulcão do Monte Agung











3 dias passaram, dissemos um “Até qualquer dia” à ilha e voltámos  a Lombok, destino Senggigi. Outra vila de pescadores, muito calma nesta altura do ano em que quase não se vêm turistas, melhor assim. Relaxámos no 1º dia. No dia seguinte decidimos alugar duas scooters e prontíssimos para desafiar as leis básicas do trânsito, da gravidade e da vida, seguimos para uma volta de 100km pela costa oeste e interior de Lombok. 

Varias paragens foram feitas para descobrir praias, restaurantes, tirar fotos, abrigar da chuva, falar com locais e ver macacos.


Campos de arroz

A caminho de Senggigi



Os locais vão à água vestidos...


Restaurante do amigo Dino

O belo almoço que o Dino nos preparou!








A malta da pesada!:)


The x marks the spot!



O final do dia veio com a certeza que na manhã seguinte iríamos começar a viagem de volta a casa (eu Londres, eles o Mundo). Novamente carrinha, ferrry, carrinha, destino Kuta, Bali para a última noite juntos. Tentámos novamente a sorte no Anemone, a dona não podia ter ficado mais contente por nos voltar a ver, deu-nos o ultimo quarto que tinham.

Alarme a despertar as 6:30 da manhã, último abraço a 3 e lá deixei os mochileiros para trás rumo à selva urbana que é Londres.

Ficam as saudades das noites de 30ºc, dos locais que nos receberam sempre de sorriso nos lábios e das conversas sobre as semelhanças das tão diferentes linguagens que são o Português e o indonésio. Das praias, da comida, enfim, de tudo aquilo que faz das férias, férias :)

Um grande “terima-kasih” (obrigado) por me deixarem fazer parte desta vossa aventura que ainda vai contar com muitas páginas nos próximos 6 meses!! 

Como sempre, foi para mim uma honra e um prazer partilhar cada momento com vocês, tal como é quando nos encontramos todos em Portugal. 

Até sempre meus amigos, boas viagens & stay safe

“Terima-kasih… Sama-samaaaaaaa”

Dávi ;p






Com a partida do Dávi retomamos nós a narração dos acontecimentos.
No dia anterior à partida para o nosso próximo destino (Austrália), a Indonésia coroou-nos com uma última surpresa. Fortes dores de cabeça e 39,2º C de febre levaram o André ao Hospital de Bali, onde, após análises sanguíneas foi diagnosticado com uma virose. "Ah, tem sorte Sr André" disse a médica. " É que pelos sintomas pensávamos que era Dengue". Com uns "Paracetamóis" e umas vitaminas no bolso lá foi o André de volta para o Hotel para curar a "virose". 
3 dias mais tarde o agravamento dos sintomas fez o André voltar ao Sr Doutor, mas desta vez na terra dos Kangurus, em Darwin. Novamente as mesmas perguntas e novamente análises. Desta vez acertaram no diagnóstico, era Dengue. Aparentemente, um mosquito Indonésio gostou do meu sangue. Eu fartei-me de lhes dizer : "Olhem que o meu sangue não sabe nada bem, mordam a Ana Rita que o sangue dela é bem melhor que o meu". O palerma do mosquito não me ouviu. 
Continuando a conversa... "E então qual é a "cura" perguntámos nós. Ao que o Dr "Oz" respondeu : "Agora é aguentar, não há nada que possamos fazer. Vá para casa, se se sentir pior, regresse imediatamente". Cumprimos. 4 dias depois estava bem melhor. Faz parte da experiência!

Concluindo....

A visita do Dávi foi uma óptima surpresa. Foram dias muitíssimo bem passados. O Dávi trouxe-nos novas forças ainda mais motivação para continuarmos no nosso périplo. O melhor de tudo foram as risadas constantes. Os músculos da cara já doíam de tanto rir...  O próximo encontro será em Lisboa, Londres, ou , quem sabe ate ao final da viagem não temos outra visita :). Os mochileiros cá estão a espera, de braços abertos!

Entretanto, já nos encontramos a fazer uma "road-trip" pela Austrália. Prometemos que vamos tentar tirar pelo menos uma foto de um Kanguru. Não é fácil!

Beijos e abraços dos mochileiros "mosquiteiros".


Volta sempre David Pinheiro!!

domingo, 8 de abril de 2012

Singapura


Antes de mais vamos agradecer os sorrisos, os votos de confiança, os abraços, a força e a amizade de todos os que nos seguem. Os sonhos só fazem sentido quando temos alguém com quem os partilhar. É óptimo podermos partilhar o nosso sonho com vocês e sentir que estão aí para nos apoiar.
 
Agora vamos falar de Singapura :)! Desta vez vamos experimentar fazer algo diferente. Já ouviram falar de Couchsurfing ? Pois bem, para quem nunca ouviu fica aqui uma explicação breve deste conceito de “um Mundo melhor”. Antes de mais, isto não tem nada a ver com Surf. A comunidade de Couchsurfing é uma comunidade que existe online, na qual cada pessoa tem um perfil e pode solicitar a outros membros para “surfar” o seu “sofá” por uns dias ( normalmente nem é mesmo um sofá, é uma cama, ou um colchão , ou o que for que esteja disponível). Estes dias não têm qualquer custo monetário. Sim, leram bem. Alguém que não vos conhece de lado nenhum ( a não ser por fotos da Internet), deixa-vos ficar em casa dela, de graça. 

Este é um conceito que nos faz acreditar que há mais pessoas boas que más no Mundo. Que há pessoas que confiam de olhos fechados. E sabe tão bem quando confiam em nós. Sentimo-nos na necessidade de corresponder. De sermos pessoas melhores.

O elemento masculino já tinha feito CS (Couchsurfing) na Europa algumas vezes, mas o elemento feminino é caloiro no assunto. Escolhemos cuidadosamente a quem pedir um “sofá” para dormir em Singapura. Dado que é a 1ª vez que vamos fazer CS durante a viagem, queremos ter a certeza que corre tudo bem. Felizmente o Kuni, a pessoa a quem pedimos guarida aceita-nos durante o tempo que vamos estar na cidade. Ele envia-nos a morada e lá vamos nós dar ao apartamento do nosso novo amigo. O Kuni é um Japonês de 46 anos que vive em Singapura há 8 anos e que aceita Couchsurfers já há alguns anitos. Todas as semanas tem no mínimo 3 ou 4 pessoas a dormir lá em casa. Enquanto lá estávamos partilhámos casa com mais outros 3 Couchsurfers, um Mexicano (Raphael), um Francês (Jérémie) e um Italiano (Marco). 

Mal entramos em casa o Kuni, pessoa reservada, como bom Japonês que é, mostra-nos o nosso quarto com uma vista espectacular sobre a cidade. Depois explica-nos que deveremos nos sentir completamente à vontade, como se estivéssemos em casa e dá-nos as chaves para a mão. Sim, as chaves de casa. Isto é o Couchsurfing. É confiar que há pessoas de confiança. Que não vamos sair a meio da noite com o LCD debaixo do braço. 

Bem, logo depois das apresentações, o Kuni convida-nos para nos juntarmos a ele na festa de aniversário da sua namorada, a Singapurense Jennie. Mal chegamos deparamo-nos com um jantar internacional com malta de Singapura, Japão, Filipinas, China, Estados Unidos da América, Uzbequistão, México, Brasil, França, Coreia do Sul e claro, nós fomos juntar Portugal à festa. Contribuímos com umas cervejas, compradas no caminho e toda a gente nos recebeu de braços abertos (Ou a nós, ou às cervejas, não conseguimos perceber bem quem é que eles estavam mais felizes por ver).

Durante o jantar as conversas cruzadas eram animadas. Não havia cá espaço para timidez. Toda a gente perguntava tudo a todos. Curiosidades dos Países, perguntas sobre as viagens, sobre tudo e mais alguma coisa. Conversas engraçadas surgem, quando se juntam tantas pessoas de origens tão diferentes.

Jantar "Couchsurfing"


Passamos 5 dias em Singapura. O País é pequeno (cerca de 9 vezes o tamanho do conselho de Lisboa). Na cidade conhecida como a Nova Iorque do Oriente há mais centros comerciais por metro quadrado do que alguma vez tínhamos visto. A cidade é limpíssima… consequência do sentido cívico da população, mas também das leis apertadas deste “Fine Country”. 

Observem algumas das leis mais engraçadas de Singapura :
  • É proibido não descarregar o autocolismo quando se usa uma casa de banho pública. Caso o faça, pode levar uma multa severa. Existe mesmo uma polícia que, de vez em quando, verifica se a pessoa puxou o autocolismo ou não;
  • Homossexuais não são permitidos viver no País;
  •  É proibido deixar garrafas, embalagens, sacolas, caixas vazias nas ruas. Quem o fizer mais de 3 vezes terá que limpar as ruas aos Domingos, usando uma T-shirt que diz : “Eu atiro lixo para o chão”;
  • Urinar dentro de elevadores é proibido;
  • Transportar canivetes em locais públicos é proibido;
  • A venda de pastilha elástica é proibida;
  • É proibido comer ou beber no metro e nas estações de metro;

Destas leis todas, foi a última que nos ia apanhando. A caminho do aeroporto íamos sendo multados com 500 Dólares de Singapura (300 Eur), porque nos distraímos e bebemos água enquanto esperávamos pelo metro. Um fiscal veio logo falar connosco, para nos alertar da nossa “grave infracção”. Conseguimos escapar à multa! Perguntamo-nos se ficássemos presos no metro por alguma razão, se eles abriam uma excepção para o consumo de água… Queremos acreditar que sim.
 
 Ficamos com a sensação de que aqui pudemos encontrar tudo aquilo que queiramos. É só saber onde procurar. Uma quantidade que parece infinita de restaurantes, bares, museus, galerias, lojas, bibliotecas….
Singapore Art Museum














Num dos dias visitámos o Mundialmente aclamado zoo de Singapura. Tem um conceito diferente. Os animais não estão em jaulas há excepção de alguns gatinhos mais ferozes. Eles lá arranjam maneira de os bichinhos não saírem do espacinho deles. Foi um dia muito bem passado. Vale mesmo a pena. Deixamos algumas fotos.











Uma experiência que ficou por viver foi a de dormir no aeroporto de Singapura. Dizem que é espectacular. Tem de tudo e quase tudo grátis! Sala de cinema 24 hrs, sala de videojogos, spas, hospital, restaurantes e até um borboletário! Mas tínhamos uma cama tão confortável na casa do Kunni que cedemos ao cansaço. Fica para a próxima. 

Levantamo-nos bem cedinho no outro dia de manha e rumamos ao aeroporto em direcção a Jakarta (Indonésia). Espera-nos outra casa! Vamos ficar mal habituados… mas sabe tão bem:)

Balanço final: Gostámos muito de Singapura, Adorámos o Couchsurfing!

Até à próxima!

Beijinhos e abraços dos surfistas de sofá:)